Acredite-me, mas sobretudo não
acredite em mim. Beije-me, mas sobretudo não me beije. Devaste-me, mas
sobretudo não me devaste. Ata-me, mas
sobretudo não me ate. Aceita-me, mas
sobretudo não me aceite. Traduza-me, mas sobretudo não me traduza. Mate-me, mas sobretudo não me mate. Porque as
ervas crescem nos cantos abandonados do ser, porque a água crepita sobre os
pavimentos encerados, porque a forma é o enigma selvagem diante de ti, porque
as palavras decapitadas sangram na página em branco. Ouça-me, mas sobretudo não
me ouça. Porque as serpentes aquáticas movem-se nos escombros. Porque o outro é
anterior ao eu. Open your eyes.
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