domingo, 10 de agosto de 2014

Abismos

Eternos, os astros desaparecem no escuro.
Você está ao meu lado esta noite.
Eu permaneço em silêncio,
sentindo o calor suave da sua pele.
E depois abro os olhos:
não é sonho é sonho:
a transitoriedade que revela
o pulso aberto
a noite densa
imagens cintilando no impossível.

A noite se fecha, o céu se abre:
o que faz esquecer?
O que chamam transcendência?
Os olhos.
Essa espécie de loucura
que nos faz ver tudo e tudo sentir.
Sonhar é ver o abismo do outro lado?

        [Todas as noites eu me confundo com o universo que sou e não tem fim.]