Escuta como eu escuto: de meus lábios que tão louca
harmonia se ondula, enfim? Chamo-te pelo nome, ó pitonisa. Meu coração dispara
e ouço. Ouço. É um eco enfurecido, como uma árvore que sonhasse ainda depois de
ter arrancadas suas folhas e seus ninhos pelo vento. Enquanto isso alguém
sonha, sob um céu azulado e negro de mesmas estrelas e cadência de
tormentos. Nosso paraíso não tem torres
incendiadas ou campos cobertos de musgo negro. Mas, veja: estão tantos seguindo
a longa estrada que margeia o rio, e estão cegos! Cegos! Quem os terá tomado a
luz assim tão cruelmente?
[2004.jan.17]
Nenhum comentário:
Postar um comentário