domingo, 17 de novembro de 2013

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Escuta como eu escuto: de meus lábios que tão louca harmonia se ondula, enfim? Chamo-te pelo nome, ó pitonisa. Meu coração dispara e ouço. Ouço. É um eco enfurecido, como uma árvore que sonhasse ainda depois de ter arrancadas suas folhas e seus ninhos pelo vento. Enquanto isso alguém sonha, sob um céu azulado e negro de mesmas estrelas e cadência de tormentos.  Nosso paraíso não tem torres incendiadas ou campos cobertos de musgo negro. Mas, veja: estão tantos seguindo a longa estrada que margeia o rio, e estão cegos! Cegos! Quem os terá tomado a luz assim tão cruelmente?

[2004.jan.17]




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