Constantin Meunier, Ophelia
Se a noite vem e o calor foge à
pele como a sombra que apaga a luz nas pedras — já não sinto as mãos, e não
posso contrariar os sentidos. [Talvez eu
não seja selvagem o bastante]. A lucidez crepita no excesso e o negro frio
dessa noite — não sei o que digo, não sei o que penso — Meu pecado é jogar-me na fogueira dessa chama
que me queima lentamente. Ardo em fogo, mas é de gelo que vive meu corpo sem o
calor necessário, e ardo como a serpente que envenenou Sarah, ou a loucura que
levou Ofélia aos círculos de águas. Os
cabelos, vermelhos, ondulando nas águas turvas da noite. Mas. Isso. É. Literatura. Amor.
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