Frederic Lord Leighton, Antigone.
“Sem lágrimas, sem amigo,
sem himeneu, desgraçada,
pelo caminho que me espera
sou levada
Da luz o disco sagrado
não posso mais, infeliz,
contemplar.
A minha sorte, sem pranto,
amigo algum a lamenta.”
[Antígona, Sófocles]
Em Antígona, a transgressão limite: o rito, a pureza, o sagrado, o
sacrilégio, a mutilação, o amor, a guerra, o poder, o sacrifício, a morte. Tudo o que é excessivo numa natureza
arrebatadora e inflexível. Antígora cede aos deuses e à sua essência, não aos seus tiranos. Em Filoctetes,
a crueldade e a beleza na ilha de Lemnos : o horror, a chaga, a solidão, o ódio, o
sofrimento. A vida dividindo-se entre a injustiça e o absurdo, a piedade, a mentira e a traição. A firmeza de caráter e a dignidade natural : Filoctetes cede aos deuses, não aos seus inimigos.
Sófocles é meu autor de Tragédias
preferido. Com ele aprendi que todas as coisas podem ter duas ou mais verdades.
Também aprendi [com meus mestres] que Sófocles muda a tradição clássica de seu
tempo: ele cria as partes da tragédia de uma forma singular: o prólogo
dialogado, o coro como parte do conjunto da obra, o que é uma das coisas mais lindas de suas tragédias.
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