... o silêncio é a melhor morada
contudo, partilho as horas que descem
porque a imagem do mundo é mais selvagem.
Phryné devant l"Aréopage, 1861, Jean-Léon Gérôme
Hipérides arranca a túnica de Mnesarete.
Nua e trêmula, a bela cobre o
rosto com o braço direito, mas só pode mesmo causar espanto e admiração aos
juízes. Eutias foi o responsável pela
acusação contra Mnesarete, de ofensa aos deuses, crime punido com a pena de morte, a exemplo do que já havia ocorrido com
a cortesã Teores, acusada por Demóstenes.
Eutias teria cortejado Mnesarete, propondo-lhe: “O meu amor e cinco talentos ou meu ódio e a
morte! Escolhe!” Mnesarete o recusa,
preferindo o orador Hipérides e, quinze
dias depois, Eutias a denuncia no Tribunal dos Heliastas, como culpada de ter
profanado a majestade das Tesmoforias – festa dedicada a Demeter, criadora da
agricultura e do rito civil do matrimônio, a qual era celebrada em muitos lugares da Grécia, especialmente em
Atenas.
Hipérides a defendeu com veemente eloquência e, para forçar os
argumentos, mostrou o seio cândido da jovem aos juízes que, espantados ante
tanta formosura, não puderam senão proclamar a inocência da bela sacerdotisa e
mensageira de Afrodite.
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