terça-feira, 29 de julho de 2014

Soturno

Foto: Ralph Eugene Meatyard, Boy with White Mask, 1962



Olho todos esses espaços,
essa luz, esse céu e não sei mais.
Minha melancolia é sempre.
E uma dor que não me abandona
nem quando tenho esses ataques lúcidos.
Será que é só uma ilusão?
Devemos esperar mais?

Mito estranho e impensável numa capital em pleno século XXI.
Na sala de jantar os convivas gritam por um deus,
E aguardam o sacrifício em silêncio.
Alguém remove restos de comida da mesa longa e enfeitada,
e continua o ritual.
E a cidade lá fora continua impassível,
e a noite é ainda densa
e um vulto caminha soturnamente, na sombra.
Abro mais os olhos : esqueço os outros,
é você que me interessa.
Ouça.



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