IRAS 16399-0937 [NASA/ESA Hubble Space Telescope image]
Ouço inevitáveis ecos de estrelas distantes
tormentas e explosões em escalar medida
ferozes, dentro e fora de mim fluem abóbadas cintilantes
átomos de todos os momentos dançam dançam
do passado, do antes mesmo, e do depois do antes –
eu deveria tocar os desastres que erram
ousar abri-los com a ponta dos dedos
e esperar, esperar, esperar
tudo retornar ao abissal caos primordial
mas, no escuro, minha fronte treme
astros arrastam-me e dançam ao redor
em vagas de grande força, o silêncio dentro do estrondo
como pétalas que por algum modo mortal crescem
o silêncio é o tempo aberto no caos
já não tenho medo de cair no céu
onde o ar limpo e fino verga-se como músculos distensos
– o inevitável dança de novo e de novo, em ínfimos sopros
como uma concha antes do sempre. Aeternum.
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