terça-feira, 1 de janeiro de 2019

[...]


perco-me na pressa das horas
observo os passantes
suas nebulosas retinas
e tudo o que os olhos não alcançam

o silêncio permanece lá fora
o céu estático, sem cor
nada recria a pedra, o acre pó
na terra abandonada e fria
de um tempo outro
de uma morte em áspera melodia
no oceano denso e azul

nada lembra o acaso das horas
nem sinos nem tiros de canhão
nem satélites nem feitiços

sob o céu mudo não estou
nem nesse tempo nem em outro
um vazio mediterrâneo no peito



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