perco-me na pressa das horas
observo os passantes
suas nebulosas retinas
e tudo o que os olhos não alcançam
o silêncio permanece lá fora
o céu estático, sem cor
nada recria a pedra, o acre pó
na terra abandonada e fria
de um tempo outro
de uma morte em áspera melodia
no oceano denso e azul
nada lembra o acaso das horas
nem sinos nem tiros de canhão
nem satélites nem feitiços
sob o céu mudo não
estou
nem nesse tempo nem em outro
um vazio mediterrâneo no peito
Nenhum comentário:
Postar um comentário