terça-feira, 25 de setembro de 2018




o silêncio guardo 
nas nebulosas retinas 
perco-me na pressa das horas 
esqueço o que os olhos não alcançam 

lá fora o céu recria a pedra na densa neblina 
e lágrimas descem do teto negro na mina abandonada e fria 
estalactites de um tempo outro, como glandes petrificadas 

de mim, que desejei a morte no oceano 
nada lembra 
nem sinos nem trombetas 
nem satélites nem feitiços 

sob o céu cinzento penso no que não estou 
um buraco mediterrâneo no peito 
a suave brisa assovia uma melodia áspera: 





...



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