o silêncio guardo
nas nebulosas retinas
perco-me na pressa das horas
esqueço o que os olhos não alcançam
lá fora o céu recria a pedra na densa neblina
e lágrimas descem do teto negro na mina abandonada e fria
estalactites de um tempo outro, como glandes petrificadas
de mim, que desejei a morte no oceano
nada lembra
nem sinos nem trombetas
nem satélites nem feitiços
sob o céu cinzento penso no que não estou
um buraco mediterrâneo no peito
a suave brisa assovia uma melodia áspera:
...
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